"Há tantos anos me perdi de vista que hesito em procurar me encontrar. Estou com medo de começar. Existir me dá às vezes tal taquicardia. Eu tenho tanto medo de ser eu. Sou tão perigoso. Me deram um nome e me alienaram de mim." - Clarice Lispector.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

O rosto

É verdade que já podemos ver algumas rugas, ou talvez alguns despontares das mesmas. E também é bem verdade que os olhos não têm mais a felicidade que um dia habitou a ambos. Outro fato é que a inocência e a falta de malícia não mais existem e foram sendo substituídas por preocupações, sentimentos ruins para com certas pessoas... Mas esse rosto, agora não mais com feições de criança, feições de "adulto", como diria um amigo meu, agora vive uma vida constante e inconstante ao mesmo tempo... Tendo de ser constante com a sua rotina, mas de todas as formas possíveis, inconstante com seus sentimentos, que variam de ódio, rancor, remorso a felicidade, êxtase, amor, ternura... 
Talvez por isso o rosto tenha tantas marcas já. É jovem, mas é possível perceber as marcas do tempo nele, marcas que talvez não fossem tão intensas se a vida fosse outra... Ou talvez não. Isso nunca será possível prever.
O que nos é possível ver é que esses sentimentos inconstantes e igualmente intensos fizeram esse rosto estar como está: sorrindo, mesmo que com profundas, doloridas e permanentes marcas.

"Mergulhe nos olhos enquanto eles ainda estão cegos
Ame enquanto a noite ainda esconde o amanhecer aterrador"
~*~
Música:
"While your lips are still red" - Nightwish.
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