"Há tantos anos me perdi de vista que hesito em procurar me encontrar. Estou com medo de começar. Existir me dá às vezes tal taquicardia. Eu tenho tanto medo de ser eu. Sou tão perigoso. Me deram um nome e me alienaram de mim." - Clarice Lispector.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Tudo novo de novo!

Como vocês puderam ver, eu repaginei o blog. Estava precisando dessa mudança, afinal de contas são 4 anos de blog e eu estou com a mesma "cara" desde 2010! Acredito que só mudei uma vez o blog, que foi a mudança para o último modelo...
É importante mudar, não acham? Eu acredito que seja muito importante porque os tempos mudam, as pessoas mudam, os pensamentos mudam... É claro, para aqueles que não acham que o tempo é algo estagnado. Eu não acredito nisso. Estamos todos em movimento, e sendo assim, é preciso que mudemos!
Agora o blog está mais "light", menos pesado, com um template mais leve, minimalista... Simplesmente porque eu acredito que menos é mais em algumas situações! E a situaçã ode agora é a do blog! C:

Estive pensando muito esses tempos. Tenho tido atitudes mais pensadas, mas ao mesmo tempo, tenho sentido muita coisa antes de fazer... É importante isso: pensar, sentir e fazer. Principalmente o último: fazer. Sim porque não adianta deliberar, sentir se você não agir, não é mesmo? É nesse sentido que eu tenho mudado minha vida.
Escolhi uma coisa nova para seguir e acreditar. Algo que, a meu ver, sempre esteve em mim, mas eu nunca tive culhões para seguir realmente. Faz pouco tempo? Sim, claro que faz pouco tempo, por isso estou mencionando a mudança.
Escolhi novas pessoas para conviver, mantendo algumas perto de mim que já estavam na minha vida. Simplesmente pelo fato de ter percebido que o amor de algumas não era verdadeiro, muito menos sincero... E isso é o que importa para mim. Eu creio que é mais importante você ser verdadeiro e sincero do que querer manter alguma coisa com suspeitas, falsidades... Isso não é bom, sabe? Faz mal pro coração, você vive uma vida pesada, pesarosa... 
Por isso escolhi essa imagem: ela para mim tem muito significado! Ela mostra uma mulher com uma flor em mãos, cabisbaixa, pensativa... E está com a sua sombra atrás e maior que ela. Sombra, ou efeito que fez ela ficar duplicada. Mas o que isso tem a ver com o que eu estou dizendo? Tudo. Simples: a mulher seria eu. A sombra seria tudo aquilo que eu já fui e a mulher pensa sobre tudo aquilo que já foi, que é e que será. Principalmente o que será. Mas pensa, não está com pena de si mesma nem de seu passado que está atrás dela: ela simplesmente aceita o que aconteceu e tenta mudar no hoje (através da reflexão) coisas que ela não gostava e pretende mudar.
Em certa medida, eu estou assim. Estou me entendendo com meu passado, deixando ele para trás, e seguindo em frente. Para um caminho que, ao meu ver, faz todo o sentido para mim. Um caminho muito belo mesmo, e muito importante para a transformação eterna que é a do meu ser. Sim, porque acredito que nos transformamos sempre, repetidas vezes, até que encontremos uma transformação constante que nos preencha o máximo possível.
~*~
Música:
"Someday" - Nickelback.
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domingo, 18 de maio de 2014

Strangelove

Ultimamente eu tenho me inspirado muito em imagens... Algumas imagens têm me inspirado a mudar, a repensar atitudes e pensamentos... E também escrever coisas! 
Tomem essa imagem por exemplo... Ela constitui-se de um casal nu, o homem atrás, a mulher na frente, ambos com os corpos colados, cabisbaixos... Mas o que me chamou a atenção foi: eles estão de mãos dadas e completamente entrelaçados.
Essa imagem me fez crer que esse é o fim de um relacionamento: você viver com a pessoa nos bons e maus momentos, sempre respeitando, apoiando, tendo consigo as dores do outro também. E quando esse princípio maior se esvai... Acho que o relacionamento já não mais existe.
Um relacionamento para ser duradouro, na minha opinião (alguém que tem quase ou nenhuma experiência nesse quesito), tem de ser dessa forma. Ambos têm que se apoiar, respeitar-se. Têm que entender que, muito embora vivam algo juntos, eles são únicos, completos, infinitos, livres, separadamente.
Também é preciso uma boa dose de paciência e compreensão porque cada um tem o que fazer em sua própria vida, e compartilhar vidas e algo muito difícil de se fazer. Por exemplo, se seu parceiro ou parceira trabalha muito e quase não tem tempo para os afazeres de casa, o mínimo que você pode fazer é tentar ajudar. Ou, por exemplo, se seu parceiro está cansado, doente, você têm de cuidar da pessoa.
Veja bem... não é uma obrigação, é algo que você têm que fazer porque você, em teoria, ama a pessoa... Agora, se você não ama a pessoa e não quer ter essas obrigações necessárias para se viver a dois, então não viva a dois, tenha um modo diferente de se relacionar... Estou dizendo aqui da relação a dois em que ambos vivem juntos.
Amor é uma coisa complicada sabe... Eu às vezes me pergunto mesmo se eu sei o que é amor. Acredito que saiba, se não estarei perdida... hahaha! Mas me pergunto isso porque... Amar dói. E algumas pessoas dizem que não deveria ser assim. Pelo menos pra mim, amar dói. Como na música do Depeche Mode: "Dor, você a retribuirá? Eu direi de novo: dor!"... 
Às vezes tenho vontade de correr, fugir, desaparecer... Acabar com tudo o que já construí. O que me faz correr de volta ao que tenho é pensar no que há por vir e no que já se passou. Mas é complicado isso... Será que é preciso se anular demais para isso? Eu creio que não, mas às vezes parece que sim, me dá a impressão de que sim...
Relacionamento é uma questão complicada... Mas creio que no fim de tudo tem que ser como na foto acima: ambos vão sofrer em algum momento, mas precisamos persistir e nos reinventar todos os dias para não nos perdermos em nós mesmos e no que criamos.
~*~
Música:
"Strangelove", Depeche Mode.
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domingo, 11 de maio de 2014

Carta ao meu Maior Trauma

Eu escolhi falar sobre isso hoje... Por quê? Em pleno dia das mães, por que falar de mim? Porque falar de mim ajuda a entender porque eu não posso felicitar o meu Maior Trauma. Sim, com letras maiúsculas porque é uma pessoa. Enfim... Vou explicar em linhas gerais o que aconteceu, e porque eu preciso me desligar do meu Maior Trauma.
Eu escolhi essa imagem à esquerda para falar sobre isso porque era assim que o meu Maior Trauma agia. Eu tinha 11 anos. Era uma criança, não tão pequena quanto a criança da foto, mas o que me fazia frágil era o fato de eu ter acabado de perder minha mãe no ano anterior, e outra presença no "lugar" dela me faria confusa, como sempre fez.
Meu Maior Trauma, você poderia ter tentado compreender o meu lado de criança... Mas não quis ou não tentou... Eu queria muito conhecer você, te entender, me colocar disponível para conversas e para a sua confiança, como sempre fiz, sempre fiz mesmo a despeito de tudo o que você fazia comigo...
Sei bem que você tentou me ajudar, tentou educar as coisas que eu ainda não tinha aprendido, tentou ensinar coisas de mocinha para mim. De certa forma, conseguiu, e sou muito grata por isso. Uma coisa que eu aprendi com a minha mãe foi agradecer as pessoas antes e depois de um favor feito para que não fôssemos ingratos pelo favor feito, e eu sou grata. Porém, Maior Trauma, você me fez muito mais mal do que bem, e temo que fará a mais alguém também...
Na minha sincera opinião, é possível ser sincero sem que se destrua a pessoa. Sem que machuque os outros. Isso é uma medida de consideração, de amor ao próximo. Você não pode fazer sua visão valer acima da dos outros somente porque é o que você quer. Você não pode querer tudo só para si e deixar os outros sem nada. E foi exatamente isso que aconteceu comigo...
Eu passei o período dos meus 11 aos 18 anos só querendo fazer o bem a você, Maior Trauma. Só querendo que você fosse feliz na família que estava adentrando. Se eu fui incapaz de conseguir isso, me desculpe, mas eu tentei muito e intensamente... Deixei de fazer várias coisas para mim nesse período para que você fosse mais feliz. Para que você tivesse tudo o que queria. Para que você pudesse ser feliz, enfim... Mas eu creio que você não entendeu isso muito bem, porque me parece que você nem quer me ver mais na frente... Tudo bem, eu entendo. Eu guardo as coisas pra mim para não machucar as pessoas, diferente de você, que põe tudo para fora sem pensar nos outros, ou no que isso vai acarretar mais pra frente.
Bom, o fato é que eu me afastei de você, e agora estou repelindo você e qualquer contato porque os traumas são maiores do que a vontade de fazer você feliz agora. Eu quero me fazer feliz, e isso não inclui você, ao que me parece. Porque tudo e qualquer coisa que se aproxime de você tem que fazer tudo e qualquer coisa ao seu modo. Não há espaço para mais ninguém, você preenche tudo, absolutamente tudo. E eu não vejo um espaço pra mim nisso. Nunca vi na verdade. Mas tentei bravamente ter um espaço.
Maior Trauma, eu não queria que você me odiasse, mas parece que é o que aconteceu... E eu não queria isso, pois isso me afasta ainda mais de quem eu amo... E eu tentei amar você por muito tempo. De verdade.
Porém, o fato é que seus gritos e seus insultos ecoam, sempre ecoaram, na minha cabeça. E eu preciso me livrar deles, mas você é meu Maior Trauma. E eu simplesmente não consigo me desligar de você por conta disso...
Todos os insultos sempre me fizeram uma pessoa com baixa ou nenhuma autoestima. Somente agora estou conseguindo dizer a mim mesma "Você é bonita. Você é inteligente. Você é demais! Seu cabelo é lindo! Você não é gorda, tem que se aceitar como é!"... Mas às vezes ainda tenho "recaídas" e me sinto mal por ser eu mesma...
Somente agora eu estou conseguindo me desligar dos pensamentos que você tem por mim. Mas ainda sofro muito lembrando de tudo o que você me fez. Feliz ou infelizmente, sem isso eu não seria a pessoa que eu sou, mas sei muito bem que eu poderia ter aprendido de outra forma que não com gritos e insultos que me corroessem por toda minha vida...
Esta carta que escrevo indiretamente a você é para dizer que eu desisti de viver pacificamente com você, porque isso não é possível. Somos muito diferentes. Você pensa que dizer a "verdade", o que pensa, machucando os outros é ser verdadeira. E eu não concordo com isso. Eu acredito que dizer a verdade, ser verdadeira, é necessário, mas não devemos machucar os outros a todo custo. Você destruiu a pessoa que existia em mim dos meus 11 aos meus 18 anos. Isso não vai acontecer mais. Eu não quero mais isso. Como eu disse, você me fez mais mal que bem, embora tenha feito algum bem. Eu reconheço isso. Mas até me chamar de ingrata você me chamou... Então eu não vou mais aguentar nada que venha de você, doa a quem doer.
Sempre aprendi que não devemos ser iguais aos outros, mas sim melhores. Tentei por muito tempo ser melhor que você, aguentando quieta o que você me dizia. Eu não vou mais aguentar nada porque 7 anos é muito tempo de quietude, muito tempo eu tendo minha boca calada. Se algum dia nos encontrarmos novamente, eu faço questão que o "teatrinho" que fazíamos antes não se mantenha: você fingindo que me amava apesar das minhas "atitudes" e eu obedecendo porque não queria te machucar. Pra mim chega. Eu neguei a mim mesma por muito tempo. Perdi momentos preciosos da minha vida por você, e se só estou falando isso agora é porque não gosto de jogar as coisas na cara dos outros como você adora... Porque você nunca reconheceu que eu também fiz coisas por você.
Mas enfim, estou aqui. Se precisar de mim, é claro que vou ajudar. Mas não me peça para que eu me negue novamente, porque isso não vai acontecer!
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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Per spiritum Lilith


"Eu sou a prostituta, aquela que abala a morte.
Este abalo dá à paz, prazer realizante.
Imortalidade nasce em meu crânio, e música na minha vulva.
Imortalidade nasce na minha vulva também, pois minha luxúria é um doce
perfume, como um instrumento de sete lados tocado para Deus, o invisível, o
Todo-soberano, que vagueia ao redor, que dá o grito estridente do Orgasmo." - Tradução da invocação a Lilith em linguagem lunar, retirada de Aleister Crowley : "A Visão e a Voz".


"Eu invoco
o nome de Ki-Sikil-Ud-Kar-Ra
aquela que é chamada de prostituta perversa
ela é mais forte do que mil trovões
ela vem com asas de dragão
e com todas as suas criaturas
de suas bocas jorra sangue
ela chora sangue em alta voz
fazendo os homens ficarem inebriados
dizendo os mistérios da morte e
aumentando a chama da vida.
Venha Lilith!
Apareça Lilith!" - Tradução da invocação Enochiana a Lilith.


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Ela queria introduzir-se na sociedade, mas bravamente não conseguia. Ela queria que as pessoas ao seu redor entendessem que o que ela queria é ser livre e livremente expressar suas opiniões, sentimentos, sua sexualidade... Tudo o que ela desejava era que as pessoas a deixassem em paz!
Mas só o que entenderam foi o contrário... Que queria aparecer, chamar a atenção desnecessária, reverter a cabeça das pessoas a coisas malignas, horríveis. Uma prostituta, uma demônia, uma aberração da natureza!!! Como você pode querer essas coisas? Tem que ser submissa, quieta, não fazer alarde!! Ser "boa moça" e fazer o que tem que fazer para agradar a todos!
Veja bem... Não que ela não quisesse agradar as pessoas... Não todos, porque seria impossível, seria se anular demais. Mas ela queria a compreensão e o amor de todos. Ela queria dizer a todos que todos somos iguais nas nossas diferenças, e que isso era bom. Ela queria dizer que a sexualidade de cada um pouco importava se o convívio em sociedade fosse razoável.
Ela queria que as pessoas entendessem que o corpo é o templo mais sagrado e belo que existe, e também que nada dele, absolutamente nada era profano, no sentido de sujo, impuro, ou algo assim. Principalmente que o corpo da mulher é divino e igualmente importante, tanto quanto o do homem! Lar onde a vida se origina e se forma... Queria que as pessoas entendessem que as habilidades de cada um têm de ser desenvolvidas de acordo com o que cada um pensa, sente e vive!
A maior vontade existente dentro de seu ser latente por mudança era que as pessoas entendessem que cada um sabe de si, e de ninguém mais, e que não se pode afirmar algo sobre alguém sem ter pelo menos uma pequena amostra do que a vida da pessoa é ou foi.
Às vezes, uma pessoa ou outra vinha dividir ideias com ela. Mesmas ideias, mesma cabeça... Mas logo desistiam do propósito maior que ela almejava. Diziam "Você é muito idealista! Jamais vai conseguir fazer todos entenderem isso!! Você pensa muito grande, você é um ínfimo ser humano, limitado e limitante!" Porém, ela persistia. Ela não desistia de seu propósito.
Ela saía por aí dizendo que as pessoas fossem fortes em seus propósitos, em seus ideais, em suas lutas. Queria a força de toda a humanidade com ela para um propósito maior, nobre...
- Puta, desgraçada!! Você vai arder no inferno! Sua bruxa! Maldita seja! Maldito o dia em que você veio parar na Terra! Você é um perigo pra si mesma e pra minha família! Espero que você morra! 
- Essa idiota aí querendo salvar o mundo... Coitada... mal sabe ela o que todos pensam dela... Uma coitada, sem opinião... 
- Eu a admiro muito. Forte, tem certeza do que quer. Vai pra frente, com certeza!
Essas eram algumas das opiniões sobre ela. Mas ela se atinha ao objetivo primordial: a liberdade e a reinvenção de si mesma, sempre, constantemente, incansavelmente... Cansando até de tentar se adaptar à sociedade, à companhia de pessoas que não concordavam com ela...
Ela se fechou em seu casulo pessoal, intransponível, onde ninguém poderia machucá-la jamais. Até quando?
~*~
Música:
"Heart of Lilith" - Inkubus Sukkubus.
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