Ê, Clarice...

"(...) Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo"

Sabe tudo essa mulher...

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Chega!

Chega!
Cansei de mentiras
Cansei de ilusões!
Cansei de pensar sentir coisas e depois me arrepender!

Dane-se se você tem problemas,
quem não tem?
Dane-se se você tem coisas a fazer,
quem não tem?

Peca mais quem não tenta
Do que quem quebra a cara!
Fique sabendo disso:
Não estarei disponível pra sempre!
Não estarei ali gostando de você pra sempre!

Chega!
Decretei morte ao meu sentimento por você
Se me quiser, que venha atrás!
Cansei de correr!
Cansei de lutar!

Que morram os mornos!
Ou quente ou frio, pelo amor do santo Demônio!

Essa morte será lenta, eu sei disso
Mas já começou há algum tempo,
Tenha certeza disso!

Não importa o meio
Fato é que cansei
E digo basta! chega!
I've had enough of it!

Agora é oficial:
Sentimentos recíprocos para todo o sempre!
Amém!

~*~
Música:
"New perspective" - Panic! At the disco.

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Sentindo-me Quimera

Não me venham com sermões. Não me façam acreditar em algo que não é real. O que existe para mim é o que eu posso tocar, apalpar, cheirar, lamber, morder e beliscar.

Quando digo que sou imperfeita ao extremo, não me conteste! Tenho defeitos que nem eu tenho coragem de repetir ao meu espelho. Defeitos inaudíveis; surdos e mudos - somente não cegos.

Ao apontar meus defeitos, não se engane: não quero me vitimizar; quero evidenciar o que a conveniência e a regra social não deixam que evidenciem. Fato é que às vezes me vitimizo - mas fato também é que isto ocorre para que, apesar de todos os meus defeitos, eu me sinta importante e amada, para que me deem atenção, mesmo que seja para me reprimir do ato.

Melhor mesmo é que ninguém se interesse por mim. Tenham certeza: sou decepcionante. Meu caráter torna-se cansativo e os aspectos físicos de cara decepcionarão quem vir mais de perto. É melhor, muito mais proveitoso, que alma alguma sinta sequer atração por mim. Meus polos magnéticos são desregulados, e a atração tornar-se-á repulsão num piscar de olhos.

Ao melhor conhecer-me, o belo torna-se feio, o carinho torna-se descaso, a proximidade torna-se frieza e a atenção, abandono.

Não exagero. Não me dou a esse luxo para enganar qualquer um que seja. Pelo simples fato de ser inútil e burro um ato desses. E quando o faço, logo deixo evidente o ato, de modo a autocorrigir-me.

Não pense que tento chamar atenção com isso. Quero somente deixar as coisas claras. Não sou uma coitada, embora às vezes queira que pensem isso.

Amo muito. Apaixonadamente. Isso é fato - e talvez qualidade. Mas, igualmente, sou muito teimosa, o que torna essa característica também um defeito, pois é difícil desvencilhar-me de um amor, por mais banal, ideal e impossível que seja. Ademais, a maioria deles é ideal e impossível. E por isso, sem exageros, mereço a morte.

Não sou boazinha. Sou egoísta e egocêntrica. Sim, eu quero atenção - mas neste momento estou mais querendo ser sincera. Sim, eu minto. Não por coisas grandes - mais por coisas pequenas.

Faço coisas boas de coração. Mas espero sinceramente que retribuam, embora negue ao perguntarem isso. Acho que somos todos assim, mesmo os mais altruístas: somos seres humanos. E quem pensa o contrário, dê-me o exemplo cabal em si próprio antes de atirar a primeira faca.

Tenho sentimentos dúbios por pelo menos três pessoas. Pelo resto, ou amo ou odeio. Não tão intensamente quanto seus significados, mas eles existem nesse antagonismo nítido.

Eu quero que todos saibam que eu estou pouco me lixando se vocês acham que eu me desvalorizo. Como disse, só evidencio o que a "ética" não permite que vocês digam. Eu me valorizo sim. Poucas vezes me elogio, porque prefiro desconfiar do que faço a me autoafirmar gratuitamente.

Coisa que eu odeio é falta de humildade. Não quero dizer com isso que devemos nos desvalorizar - não! Quero dizer que ninguém deve se sentir a última bolacha do pacote. Bem clichê assim mesmo. Até porque, ser a última bolacha do pacote é, na verdade, decepcionante: mostra, deixa claríssimo, que o fim está próximo. E este é triste, chato, decepcionante, entediante. Então, Senhores, Senhoras e Senhoritas "I am the best, fuck the rest", escutem meu recado com muita atenção: autoafirmação é pra quem é inseguro, incerto e, o mais evidente, um merda! Quem é realmente bom não precisa dizer insistentemente que é.

Eu não quero, com tudo isso, formular regras nem coisas do tipo. Não quero nada. Aliás, quero sim: quero que fique bem claro que eu não valho a pena e que isso não é desvalorização - é constatação de fatos, percepção plena da realidade, busca pelo objetivismo das coisas.

Se vocês não concordam, foda-se! É assim que é. E é assim que sempre vai ser. Minha essência e minha aparência não têm nada de atraente, muito pelo contrário.

E tenho dito!

~*~

Música:

"Tanz Mit Laibach" - Laibach.

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