"Há tantos anos me perdi de vista que hesito em procurar me encontrar. Estou com medo de começar. Existir me dá às vezes tal taquicardia. Eu tenho tanto medo de ser eu. Sou tão perigoso. Me deram um nome e me alienaram de mim." - Clarice Lispector.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Lata d'água da na cabeça

Ela busca a perfeição sem encontrá-la. Muito contrariamente, ela só encontra a imperfeição: o que é mal formado, mal intencionado, desajeitado e inconfundivelmente imperfeito a encontra de uma maneira muito rápida, precisa, sagaz.
Ela busca entender o mundo ao seu redor como uma raposa fareja sua presa. Inutilmente, como já saberíamos dizer: tudo o que busca entender se torna algo ainda mais ignoto, mais obscuro e incompreensível que anteriormente.
"Por quê? Por que isso ocorre?" Pergunta-se a menina que nada sabe desse mundo que não o nada que a cerca. "Por que busco e não alcanço? Por que pelejo e não venço? Será que este martírio nunca irá acabar? Nunca pararão de arder as fibras do meu coração?"
Imprestavelmente ela se pergunta e incessantemente ela se frustra ao não receber resposta alguma.
Afinal, o que há para se aperfeiçoar? O que há para se entender? O que há neste mundo que não se possa definir e, ao fazê-lo, indefini-lo?
~*~
Música:
"Strangelove" - Depeche Mode.
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