Um coração pode não suportar muitos golpes, mas com certeza ele aprende com eles e tenta se recompor. Afinal de contas, é um músculo, e pelo o que já ouvi dizer de músculos, quanto mais você o exercita, mais ele se desenvolve, fica torneado. Pro inferno com essa comparação! Nunca gostei de academias.
~*~
Ela se senta em frente ao computador todos os dias, tentando conectar-se no físico a pessoas que em outros planos já é conectada há muito tempo... muitos anos, eras, quem sabe...? Mas sabe que tudo isso tem sido inútil pra que se sinta bem consigo mesma. Ela sabe disso.
A água não tem mais gosto revitalizador de antes. O cigarro se tornou, mais do que nunca, um veneno avassalador. A comida... Ah, a comida: sem nenhum atrativo.
Ela escreve na janela de seu quarto. Consegue ver uns pingos de chuva caindo. "É a chuva do século, as coisas vão melhorar". Que nada, ela sabe que isso é ilusão: esperar naquilo que não se pode tocar, sentir, cheirar...
Alguém uma vez lhe disse que fosse forte. É fácil exigir dos outros aquilo que eles tentam e não conseguem ser.
- Tenta ser feliz assim, você consegue
- Força, você já aguentou tanta coisa!
- Logo passa, tudo passa nessa vida!
Mas para ela, parecia eterno. Um ano. Existe prazo para loucura? E para o mal estar do ser?
Como mensurar onde começa o desespero e onde começa a independência? É possível seguir sozinho sempre? Estamos realmente sozinhos? Se não, como sentir presença das pessoas constantemente?
Amor tornou-se inútil. Não o amor que devemos ter para com todos, mas aquele dos relacionamentos. Útil mesmo é se conhecer, amar-se acima das coisas. Principalmente acima das coisas, este mundo material é sim uma ilusão...
Ilusão? O que se passa em nossas mentes é mero fruto nosso? Não somos nós co-criadores? Então, como definir a ilusão?
Ela pensava nessas coisas enquanto tomava um trago largo de água. Sim, água. Olhava a janela afora... Ela queria pertencer ao mundo, e ainda assim não o possuía.
- Destrua. Morra. Mate-se. E reinvente-se ao final
Ela ouvia a voz daquela que vinha para destruir... E ainda assim, restabelecer o equilíbrio do universo, das energias que o rondam. "Ensine-me a ser como tu, grande mãe negra!" Ela rogava dentro de si, e ao mesmo tempo em voz alta.
Sentimentos líquidos. Certezas ardentes. Era assim que era, é assim que sempre será.
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~*~
Ela se senta em frente ao computador todos os dias, tentando conectar-se no físico a pessoas que em outros planos já é conectada há muito tempo... muitos anos, eras, quem sabe...? Mas sabe que tudo isso tem sido inútil pra que se sinta bem consigo mesma. Ela sabe disso.
A água não tem mais gosto revitalizador de antes. O cigarro se tornou, mais do que nunca, um veneno avassalador. A comida... Ah, a comida: sem nenhum atrativo.
Ela escreve na janela de seu quarto. Consegue ver uns pingos de chuva caindo. "É a chuva do século, as coisas vão melhorar". Que nada, ela sabe que isso é ilusão: esperar naquilo que não se pode tocar, sentir, cheirar...
Alguém uma vez lhe disse que fosse forte. É fácil exigir dos outros aquilo que eles tentam e não conseguem ser.
- Tenta ser feliz assim, você consegue
- Força, você já aguentou tanta coisa!
- Logo passa, tudo passa nessa vida!
Mas para ela, parecia eterno. Um ano. Existe prazo para loucura? E para o mal estar do ser?
Como mensurar onde começa o desespero e onde começa a independência? É possível seguir sozinho sempre? Estamos realmente sozinhos? Se não, como sentir presença das pessoas constantemente?
Amor tornou-se inútil. Não o amor que devemos ter para com todos, mas aquele dos relacionamentos. Útil mesmo é se conhecer, amar-se acima das coisas. Principalmente acima das coisas, este mundo material é sim uma ilusão...
Ilusão? O que se passa em nossas mentes é mero fruto nosso? Não somos nós co-criadores? Então, como definir a ilusão?
Ela pensava nessas coisas enquanto tomava um trago largo de água. Sim, água. Olhava a janela afora... Ela queria pertencer ao mundo, e ainda assim não o possuía.
- Destrua. Morra. Mate-se. E reinvente-se ao final
Ela ouvia a voz daquela que vinha para destruir... E ainda assim, restabelecer o equilíbrio do universo, das energias que o rondam. "Ensine-me a ser como tu, grande mãe negra!" Ela rogava dentro de si, e ao mesmo tempo em voz alta.
Sentimentos líquidos. Certezas ardentes. Era assim que era, é assim que sempre será.