"Há tantos anos me perdi de vista que hesito em procurar me encontrar. Estou com medo de começar. Existir me dá às vezes tal taquicardia. Eu tenho tanto medo de ser eu. Sou tão perigoso. Me deram um nome e me alienaram de mim." - Clarice Lispector.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

"O mundo inteiro estará vendo quando você ascender"


Busco conviver com as pessoas partindo do seguinte princípio: cada um tem uma batalha que está vivendo, da qual eu não faço ideia. Portanto, tento não desrespeitar o tempo do outro, nem menosprezar o que o outro está vivendo. Mas nem por isso deixo de pensar naquilo que eu vivo, e nem por isso eu deixo de julgar as pessoas - somos humanos, afinal de contas... E errar faz mais parte do nosso vocabulário do que pensamos...
Pensando em batalhas, olho a minha vida e busco inspiração na vida de outras pessoas para entender como elas conseguiram ganhar nas suas respectivas batalhas. Assim sendo, reassisti o filme "À procura da felicidade", que tem Will Smith e seu filho Jaden Smith como atores principais. E, é claro, eu me emocionei ao assistir. Passar por dificuldades é algo que me toca muito, porque pessoas na minha família passaram por dificuldade, e passam, e eu também me incluo nesse grupo. Então dá pra entender porque eu me emociono tanto ao ponto de chorar... Mesmo que não sofresse por isso, me emocionaria, é uma história e tanto!
Lendo sobre a verdadeira história de Chris Gardner, eu percebi que ele foi uma pessoa de muita força interior, foi uma pessoa muito motivada por si mesmo a melhorar de vida. Creio que a responsabilidade de cuidar sozinho de um filho de 2 anos também o manteve no propósito, mas ele teve muita força interior: passou fome pelo filho, dormiram em hotéis, abrigos, na empresa que ele fazia estágio (e acordavam antes de todos)... Entre tantas outras coisas que o fizeram um grande administrador das coisas em que ele gastava... O que me toca profundamente também porque meu principal problema e esse: administração de recursos.
Vidas assim, ver que pessoas conseguem viver bem após passarem por tantas dificuldades, me move a melhorar de vida e a buscar novos horizontes. Isso me deixa com muito medo e ao mesmo tempo me instiga: o desconhecido sempre me instigou. Força-me a fazer novas batalhas diárias por mim mesma, pela minha vida, pelo meu futuro.
Eu não sei qual é a batalha diária de cada um, mas sei que a minha está sendo até que fácil. Se eu fosse contar a vocês o que já passei... Talvez alguns se comovessem, outros com certeza diriam que é frescura, mas aí voltamos ao ponto inicial: cada um luta uma batalha a qual não conhecemos. O que devemos fazer com relação às batalhas de cada um é, ao meu ver, ouvir cada experiência, aprender, e apreciar o esforço de cada um.
Pessoas me instigam por conta disso também: saber que por trás de cada sorriso existe uma - ou várias - história pra contar me move a conhecer cada um mais a fundo, justamente porque eu admiro quem trava suas batalhas diárias e busca resolvê-las da melhor maneira possível.
O que eu quero deixar claro nesse texto é: seja qual batalha for, seja por qual ideal ou objetivo, você é imenso e você pode! Não tenha medo de mudar de rumos, inclusive... E espero que você me conte um dia como foi que você se resolveu, eu serei toda ouvidos...


"Seu sacrifício vem a sua mente
Mas nada é desperdiçado, você fez isso agora
Você se levanta de novo, se libertando
Cada passo que você tomar
Você pagou o preço

O mundo inteiro estará vendo
O mundo inteiro estará vendo quando você ascender

O que você está esperando?
Pelo que você está lutando?
Pois tempo está sempre escapando
O mundo inteiro estará assistindo.
Sim, o mundo inteiro estará vendo quando você ascender"


Aqui tem um discurso motivacional do Chris Gardner para graduandos na Universidade de Berkeley, eu recomendo.

~*~
Música:
"Whole world is watching" - Withing Temptation feat. Piotr Rogucki.
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terça-feira, 10 de novembro de 2015

"Eu não vivo mais para envergonhar nem a mim nem a você"




"Surgido do silêncio, o silêncio cheio de si
Uma perfeita harmonia, meu amigo
Há tanto por viver, há tanto por morrer
Se ao menos meu coração tivesse um lar…

Cante o que não puder dizer
Esqueça o que não puder tocar
Precipite-se em afundar em belos olhos
Caminhe pela minha poesia, este réquiem

Minha carta de amor a ninguém."

Toda minha vida eu fui ensinada valores. Estes muito importantes para a minha formação, e eu os valorizo muito. Porém, alguns deles eu não mantenho mais, pois cresci e vivi algumas coisas para ver que alguns desses valores não valem a pena.
Pois bem... Minha vida toda eu fui ensinada que é preciso agradar e servir os outros, para que eles, então, com sua benevolência prestassem atenção e percebessem meu esforço e me recompensassem por isso. Isso em todos os campos da vida. E a ISSO davam o nome de humildade.
Isso não é humildade. Para mim, hoje em dia, percebo que ser humilde é não querer ofuscar a luz do outro por querer fazer-se brilhar ao invés. Percebo que ser humilde não é se diminuir, mas sim saber do seu valor e se colocar em primeiro lugar na própria vida - pois a vida somos nós que vivemos, não é?
Outra coisa que fui muito ensinada a minha vida toda foi que eu não tenho opinião própria, que eu sou uma maria-vai-com-as-outras... Bom, isso era o que eu ouvia. Eu era ensinada a questionar, a perguntar os por quês... E aprendi muito bem.
Mas, oras, Mariana, onde você quer chegar com isso? Vamos ao ponto, então:
Decidi pensar por mim mesma, como antes eu não fazia segundo algumas crenças, e decidir os seguintes rumos da minha vida me baseando naquilo que disse acima: questionando, investigando, sentindo aquilo que seria melhor para mim ou não. E, sinceramente, eu não entendo essa insistência das pessoas em pensar que eu fui convencida a fazer tal coisa ou outra. Tenham isso em mente: da minha mente, eu cuido. E muito bem!
Vejam bem... eu já cuido de mim mesma há algum tempo, e de uma forma que não interessa a ninguém, a não ser que eu queira contar a essa pessoa. Isso parece agressivo, mas não é: é uma questão de escolhas. Eu escolhi dividir a minha vida com quem eu sinto que merece. Se eu não divido minha vida com você, não se sinta mal, eu provavelmente só acho que você não teria como me entender. E olha, eu sou muito observadora... Eu consigo perceber quase que instantaneamente quem aguentaria ou não saber de todos os meus questionamentos diários. 
Esse texto pode parecer rude ou agressivo, mas é só uma manifestação da encheção de saco que eu tenho que viver todos os dias da minha vida por parte de algumas pessoas. 
Se eu tomo uma decisão, é porque eu já refleti muito sobre ela e questionei muito os prós e os contras. Eu, definitivamente, não decido do dia pra noite as coisas. Eu não ajo por impulso quando se trata da minha vida. Portanto, vamos todos respirar fundo e entrar pra aquela seita... a que dói menos, porque quando criança eu posso até ter tomado decisões e posturas equivocadas com a minha essência, mas hoje em dia isso não acontece mais. E toda e qualquer decisão que eu tome, ACREDITEM SE QUISEREM, é pro meu próprio bem!
- Ó, mas que pecado!!!! Que heresia!!! Como assim você está vivendo para você e não para agradar os outros?!?! Como você pôde ser rebelde ao ponto de olhar pra sua vida e perceber que ela está ruim e querer sair disso?!?! Isso é uma heresia!!!! Você vai para o inferno!!!!
Se o que você chama de "inferno" quer dizer pensar por si próprio, se questionar o tempo todo, se autoconhecer e tentar melhorar de vida... Então seu conceito de inferno está muito errado e em desacordo com aquilo tudo que no passado você afirmava sobre mim...
Está vendo como o peixe morre pela boca?
E sigo eu a vida assim... buscando ser uma pessoa de acordo comigo mesma... De alma solitária e, ao mesmo tempo, oceânica...


"Há muito mais que eu gostaria de oferecer aqueles que me amam
Me desculpe
O tempo dirá este cruel adeus
Eu não mais vivo para envergonhar, nem a mim e nem a você.


E você… Gostaria eu de não sentir mais nada por você…”.

~*~
Música: 
"Dead boy's poem" - Nightwish.
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