Por fora, vemos um envoltório frio, denso, por vezes mutável, estático na maior parte das vezes. Se visitarmos as camadas mais interiores da Terra, veremos em seu interior o núcleo, que é feito de lava fervente.
Por analogia, podem entender que as pessoas que parecem frias por fora podem ter dentro de si lutas intensas consigo mesmas e paixões intensas por si e pelos outros.
Perigoso é dizer que quem não demonstra paixões não as tem.
A frieza é um escudo muito fácil a um coração muito machucado.
Não falo isso porque está doendo - é de muito observar. E é de muito observar que cheguei a uma conclusão muito importante: é só depois de pertencer a si mesmo que é possível se compartilhar com o outro. Sim, se compartilhar, e não pertencer. Não há a quem possamos pertencer, isso não faz sentido. Somos os responsáveis por nossas vidas: nossas ideias, conclusões, sentimentos, desejos são somente nossos... Como poderíamos delegar a outrém o cargo de tomar as rédeas de tudo isso? Seria egoísmo...
Eu ainda não me pertenço... Estou perdida de mim mesma, tentando me encontrar. Essa bagunça vai demorar para se organizar. Por favor, limpe os pés ao entrar, tenha cuidado com a casa que está sendo organizada, e principalmente, tenha paciência. Porque, como dizem as mães, se não for ajudar, não atrapalha! E nada de pisotear onde tá sujo e ir pra onde está limpo... por favor, dá trabalho limpar novamente! E que, principalmente, eu consiga não bagunçar novamente ao tentar organizar, o que é muito difícil.
Terra. Lar. Núcleo. Interior. Macro. Micro. Somos universos gigantemente minúsculos.
"Percebo em meu coração
Que você pode nos levar para o caminho errado
Eu mantenho em meu coração
É apenas uma fase
Isso me mantém em pé de guerra
Há algo mais acontecendo
É apenas uma pequena faísca
Que nunca poderemos rastrear
Que nunca poderemos rastrear
Que nunca poderemos rastrear
Mantenho em meu coração
É apenas uma pequena faísca" - "Astray", Cambriana.