Amei-te muito, e eu creio que me quiseste
Também por um instante nesse dia
Em que tão docemente me disseste
Que amavas 'ma mulher que o não sabia.
Amei-te muito, muito! Tão risonho
Aquele dia foi, aquela tarde!...
E morreu como morre todo o sonho
Deixando atrás de si só a saudade!...
E na taça do amor, a ambrosia
Da quimera bebi aquele dia
A tragos bons, profundos, a cantar...
O meu sonho morreu... Que desgraçada!
......................................
E como o rei de Thule da balada
Deitei também minha taça ao mar...
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Trintade (Álvares de Azevedo)
A vida é uma planta misteriosa
Cheia d'espinhos, negra de amarguras,
Onde só abrem duas flores puras
Poesia e amor...
[...]
A poesia é a luz da mocidade,
O amor é o poema dos sentidos,
A febre dos momentos não dormidos
E o sonhar da ventura...
Voltai, sonhos de amor e de saudade!
Quero ainda sentir arder-me o sangue,
Os olhos turvos, o meu peito langue...
E morrer de ternura!
~~
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Bem, o primeiro poema fala do que eu senti há pouco tempo, e eu falei sobre isso numa postagem antiga (tem um link nos marcadores com o nome da postagem)... É impressionante como a Florbela, às vezes, parece escrever sobre os meus sentimentos!
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