Revival (2)

Balada (Florbela Espanca)

Amei-te muito, e eu creio que me quiseste

Também por um instante nesse dia

Em que tão docemente me disseste

Que amavas 'ma mulher que o não sabia.

Amei-te muito, muito! Tão risonho

Aquele dia foi, aquela tarde!...

E morreu como morre todo o sonho

Deixando atrás de si só a saudade!...

E na taça do amor, a ambrosia

Da quimera bebi aquele dia

A tragos bons, profundos, a cantar...

O meu sonho morreu... Que desgraçada!

......................................

E como o rei de Thule da balada

Deitei também minha taça ao mar...

~*~

"NENA: - Nem com todo mundo a gente transa. Às vezes nem fica. Mas tem pessoas em que é um lance tão foda, não rola nem beijo, mas...

NENA e CORO: - ...fica assombrando você por muito tempo, como aquele objeto esquecido no canto do quarto, que toda vez que você olha pra ele, você pensa “vou colocá-lo no lugar”, mas daí surge uma preguiça inexplicável que te impede.

JOHN SMOKE: - Talvez porque para pôr no lugar aquele objeto, você terá de arrumar o quarto todo. Ou como o scrap de uma pessoa em quem você está interessado, mas está tudo tão enrolado, que você fica olhando aquele scrap, sem coragem nem de apagá-lo, nem de respondê-lo." - trecho de "A Chave de Plutão", Luiz Bosco.

~*~

Insônia

Como eu queria poder dizer tudo o q está se passando pela minha cabeça, e que são as coisas responsáveis pela minha insônia... Mas não se pode dizer certas coisas num grito da noite, nem a todos os caminhantes soturnos que nos cercam. É preciso que a pessoa certa escute. É preciso refletir com quem se quer refletir.

Por que eu penso assim, meu Deus? Seria tão fácil se isso pudesse ser dito com palavras não ditas, gritos surdos numa madrugada de quinta-feira de um mês de agosto... Mas o gosto amargo da reflexão não compartilhada com quem se deveria permanece. E não acabará tão cedo.

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Ações

Levante. Ande. Cresça. Seja infantil. Tome decisões impensadas. Seja você. Não coma por um dia. Tente espirrar mais de uma vez sucessivamente. Ande por um bosque olhando pra cima. Estude. Brinque. Faça piadas. Ria alto, depois ria baixo. Entenda e compreenda, ou tente ambas as coisas. Faça o que você realmente quiser fazer. E não faça mal a ninguém intencionalmente; não que isso seja desculpa pra errar sempre. Enfim, viva um pouco. Ou muito. Ou nada. Você é quem sabe.

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Resoluções de sempre...

Se em algum momento de minha vida eu pudesse escolher o que fazer, estas seriam algumas das coisas que eu faria:
Escolheria não ter sentimentos, definitivamente. Acho que seria bem mais fácil viver num mundo como esses sem os sentimentos. Sinceramente, do que eles adiantam? De repente você ama alguém que acha que poderia ser a pessoa da sua vida, mas logo em seguida você descobre que ela nem sequer sabe que você existe nesse sentido na vida dela. Nem sabe, sem se toca de que você poderia muito bem fazê-la feliz, ou tentar tal coisa.
Ao invés de esperar que as coisas acontecessem, fazer com que aconteçam, e que ninguém saísse correndo quando tomasse essa posição. Descupem-me, eu peço pressa, eu peço ação, eu não consigo esperar mais do que meu coração aguenta.
Deixaria de amar as pessoas antes mesmo de estar com elas, e esse é o ponto crucial da minha vida que eu realmente preciso mudar. É muita burrice amar alguém antes mesmo de estabelecer um contato mais próximo. E isso pelo simples fato de nada ainda ter acontecido. Não é burrice? Quem acha o contrário deve, no mínimo, ser mais criança do que eu.
Não permitiria que meus sentimentos se sobresaíssem à minha razão. E isso faria com que meus sentimentos não existissem - o que seria o ideal - ou mesmo os diminuiria até que eu não sofresse tanto com eles.
Não idealizaria merda nenhuma. E não há porque justificar isso. Essa afirmação fala por si só.
Procuraria acreditar que existem pessoas que podem gostar de verdade de mim, mas que estejam ou distantes demais de mim ou muito tímidas para admitir. Eu sinceramente não acredito em nenhuma das palavras que eu escrevi na sentença anterior, mas precisava acreditar nisso. Nem que fosse como uma forma de conforto pra mim mesma, pra minha realidade: ninguém mesmo existe assim.
Enfim, essas são as minhas resoluções de sempre, e como eu sei bem, logo em seguida não vou mais acreditar nelas, e ainda depois, acreditar nelas com toda a força do mundo e mais exagero ainda.
Eu digo chega aos meus sentimentos, mas eles são mais fortes do que eu. Não menos de centenas de vezes eu disse que não sentiria mais nada por ninguém, mas eu sempre acabo me encontrando numa situação em que meus sentimentos me tomam de assalto, levam-me a me odiar até pelo simples fato de existirem. E nunca, repito, nunca, são correspondidos.
É fato que estou cansada disso. É fato que quero sossegar meu coração pra que eu possa viver bem. Mas parece que me acostumei à dor. É, é mais fácil mesmo... Será que quero o mais fácil? Será que quero me arriscar? Será que viver é uma boa ideia?
Não sei de mais nada... Não faço ideia... E espero que alguém me ajude a responder a tudo isso.
~*~
Música:
"Melt my heart to stone" - Adele.

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Agora uma dele

‎‎"E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso."

- Caio Fernando de Abreu.

Surpreendeu-me muito essa reflexão dele...

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