"Há tantos anos me perdi de vista que hesito em procurar me encontrar. Estou com medo de começar. Existir me dá às vezes tal taquicardia. Eu tenho tanto medo de ser eu. Sou tão perigoso. Me deram um nome e me alienaram de mim." - Clarice Lispector.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

"Era quase escravidão, mas ela me tratava como um rei..."

Às vezes é preciso nos distanciar de algumas pessoas para ver o quão tristes elas são com a nossa presença. E também por vezes é preciso se distanciar para ver que você não pertence ou nunca pertenceu a um certo grupo, a certo conjunto de pessoas. E o que é preciso tirar de tudo isso é que cada um vive bem da forma que escolheu, e que cada um está feliz como escolheu estar. Mas não é isso que eu sinto. Eu me sinto triste, enganada, rejeitada... Sinto como se tudo o que eu vivi até agora fosse mentira, uma daquelas horríveis e bem cabeludas... Sinto como se tudo fosse ilusão, e eu não era e nem nunca fui querida nesse meio. Acredito que seja o que normalmente sentimos quando coisas assim acontecem. O que é preciso agora é desapegar, mas eu não consigo... eu simplesmente não consigo esquecer certas pessoas e coisas...
O que me resta hoje são pesadelos. Vários, seguidos, dolorosos pesadelos... Tudo o que eu temia está irremediavelmente acontecendo: estou só numa multidão. Ainda sinto como se pudesse dar certo, ainda sinto como se tudo pudesse voltar ao que era antes... Puff, pura baboseira, querida! Está irremediavelmente mudado, como se não tivesse percebido as mudanças quando houve a tentativa de reconciliação.
Mentiras doem. Decepções doem. Enganos doem. É tudo feito de dor agora.
E o que você mais pensa é em como isso poderia ter sido diferente... Como isso poderia ter sido salvo... Salvar o quê? Salvar o que já estava mais do que bem? Só que esse "bem" não é pra você, é claro...
Tudo o que tenho pensado hoje em dia é que eu quero que isso acabe logo e o mais rápido possível. Estou farta de viver com dor. Farta de sentir tanto por pessoas que talvez nem se importem com a minha ausência, e se se importam, pouco ou nada fazem para mudar. Não que eu faça muita coisa, mas prefiro me afastar para vê-los felizes do que incomodá-los com a minha presença odiável.
Só espero que eu não enlouqueça, ou me perca no meu universo particular, ou coisa pior...
~*~
Música:
"Ainda é cedo" - Legião Urbana.

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