quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Louca dos gatos
Existem coisas que aprendemos com a convivência com pessoas, mas acho que algumas das mais profundas experiências que podemos ter são as com animais.
Desde pequena eu quis ter um gato. Lembro-me como se tivesse sido ontem: peguei um gato na rua, ele era branco com algumas manchas pretas, e coloquei-o dentro de uma caixinha. Lá, eu estava dando leite para ele beber quando meu irmão percebeu e, como ele não gostava de gatos, resolveu jogá-lo de dentro de casa para o outro lado da rua. Meu coração doeu muito. Dias depois eu vi o mesmo gato correndo na rua, estava muito arisco, creio que pegou trauma de mim, e principalmente do meu irmão.
Depois disso eu não quis mais saber de gatos - peguei até certo ódio, influenciada por meu irmão e outras pessoas que não gostavam.
Anos se passaram. Vim estudar na UNESP de Assis, que tem o campus lotado de nada mais nada menos que... gatos! Aí comecei a ter amizade com uma menina que amava gatos... E reaprendi a amá-los, a ver que não há porque ter preconceito contra eles.
Então, em 2012, comecei a namorar um rapaz que também amava gatos. Aí eu virei, literalmente a louca dos gatos... haha!
Nesse mesmo ano, adotei minha primeira gata, a Mônica. Da convivência com ela eu aprendi muitas coisas... Aprendi o que é ter instinto materno, o que é se defender, o que é amar de verdade aqueles que se importam com você também. Aprendi com a Mô que você tem que se defender e não deixar que os outros se aproveitem de você, porque ela se defende e já se defendeu de cada coisa... haha! Também aprendi com ela que é preciso ser feliz, mesmo nas coisas mais bobas que a vida nos dá.
Depois da Mônica, adotei muitos gatos. Mas dos que agora convivem diretamente comigo, o Benny é outro que se destaca por me mostrar muitas coisas. Ele é filho da primeira cria da Mônica. Ele me mostrou o que é amar outro ser. Amar plenamente, incondicionalmente. Se vocês convivessem com o Benny, vocês veriam o quanto ele é capaz de carinho, gratidão, reciprocidade... É uma coisa linda, que eu nunca esperei ver na vida. E ele sente ciúmes também, é muito engraçado quando eu chamo a Mônica, ela vem, ele percebe, e vem correndo pra pedir carinho também. Ele demonstra que gosta com o corpo inteiro. Isso é lindo, é mágico de uma forma que eu não sei explicar.
De forma geral, da convivência com os gatos que já passaram pela minha vida, eu aprendi que ninguém é de ninguém, que a gente escolhe viver com aqueles que mais nos falam ao coração. Ou à razão, se preferirem. Mas acho que é conviver com quem nos fala ao coração mesmo, porque tem muitas coisas envolvidas... Tem o sentir de cada um, o viver de cada um... Tantas outras coisas profundas que nos aproximam ou afastam. E não ser dono de ninguém é algo que aprendi a duras penas, mas aprendi principalmente observando e convivendo com gatos. Eles vêm até nós quando sentem que devem, e se afeiçoam àqueles que dão abertura de não possui-los, não colocá-los numa caixinha escrita "propriedade de fulano, não toque".
Outra coisa que aprendi foi que gatos são extremamente sensitivos. Eles sentem quando não estamos bem, aproximam-se de nós e tentam nos alegrar. Enfim, sentem as coisas como nós, humanos, sentimos.
Por todos esses motivos eu digo: sou a louca dos gatos e com muito orgulho! Espero aprender cada dia mais com esses bichinhos tão lindos que caminham do nosso lado... E que eu aprenda com os outros tantos bichinhos que nos rodeiam!
A música que coloquei abaixo retrata bastante a minha relação com meus gatos... haha! Porque como todo ser, eles se irritam, e quando se irritam, os arranhões doem! haha!
"Eu deixei o norte
Eu viajei para o sul
Achei uma casa minúscula
E eu não posso evitar o que sinto
Oh sim, você pode me chutar
E você pode me socar
E você pode quebrar minha cara
Mas você não vai mudar o que eu sinto
Porque eu te amo
Isso é mesmo tão estranho?
Oh, isso é mesmo tão estranho?
Oh, isso é tão, isso é tão estranho assim?
Eu digo "não", você diz "sim"
(Mas você vai mudar de ideia)"
~*~
Música:
"Is it really so strange?", The Smiths.
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