"Há tantos anos me perdi de vista que hesito em procurar me encontrar. Estou com medo de começar. Existir me dá às vezes tal taquicardia. Eu tenho tanto medo de ser eu. Sou tão perigoso. Me deram um nome e me alienaram de mim." - Clarice Lispector.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

"Eu não vivo mais para envergonhar nem a mim nem a você"




"Surgido do silêncio, o silêncio cheio de si
Uma perfeita harmonia, meu amigo
Há tanto por viver, há tanto por morrer
Se ao menos meu coração tivesse um lar…

Cante o que não puder dizer
Esqueça o que não puder tocar
Precipite-se em afundar em belos olhos
Caminhe pela minha poesia, este réquiem

Minha carta de amor a ninguém."

Toda minha vida eu fui ensinada valores. Estes muito importantes para a minha formação, e eu os valorizo muito. Porém, alguns deles eu não mantenho mais, pois cresci e vivi algumas coisas para ver que alguns desses valores não valem a pena.
Pois bem... Minha vida toda eu fui ensinada que é preciso agradar e servir os outros, para que eles, então, com sua benevolência prestassem atenção e percebessem meu esforço e me recompensassem por isso. Isso em todos os campos da vida. E a ISSO davam o nome de humildade.
Isso não é humildade. Para mim, hoje em dia, percebo que ser humilde é não querer ofuscar a luz do outro por querer fazer-se brilhar ao invés. Percebo que ser humilde não é se diminuir, mas sim saber do seu valor e se colocar em primeiro lugar na própria vida - pois a vida somos nós que vivemos, não é?
Outra coisa que fui muito ensinada a minha vida toda foi que eu não tenho opinião própria, que eu sou uma maria-vai-com-as-outras... Bom, isso era o que eu ouvia. Eu era ensinada a questionar, a perguntar os por quês... E aprendi muito bem.
Mas, oras, Mariana, onde você quer chegar com isso? Vamos ao ponto, então:
Decidi pensar por mim mesma, como antes eu não fazia segundo algumas crenças, e decidir os seguintes rumos da minha vida me baseando naquilo que disse acima: questionando, investigando, sentindo aquilo que seria melhor para mim ou não. E, sinceramente, eu não entendo essa insistência das pessoas em pensar que eu fui convencida a fazer tal coisa ou outra. Tenham isso em mente: da minha mente, eu cuido. E muito bem!
Vejam bem... eu já cuido de mim mesma há algum tempo, e de uma forma que não interessa a ninguém, a não ser que eu queira contar a essa pessoa. Isso parece agressivo, mas não é: é uma questão de escolhas. Eu escolhi dividir a minha vida com quem eu sinto que merece. Se eu não divido minha vida com você, não se sinta mal, eu provavelmente só acho que você não teria como me entender. E olha, eu sou muito observadora... Eu consigo perceber quase que instantaneamente quem aguentaria ou não saber de todos os meus questionamentos diários. 
Esse texto pode parecer rude ou agressivo, mas é só uma manifestação da encheção de saco que eu tenho que viver todos os dias da minha vida por parte de algumas pessoas. 
Se eu tomo uma decisão, é porque eu já refleti muito sobre ela e questionei muito os prós e os contras. Eu, definitivamente, não decido do dia pra noite as coisas. Eu não ajo por impulso quando se trata da minha vida. Portanto, vamos todos respirar fundo e entrar pra aquela seita... a que dói menos, porque quando criança eu posso até ter tomado decisões e posturas equivocadas com a minha essência, mas hoje em dia isso não acontece mais. E toda e qualquer decisão que eu tome, ACREDITEM SE QUISEREM, é pro meu próprio bem!
- Ó, mas que pecado!!!! Que heresia!!! Como assim você está vivendo para você e não para agradar os outros?!?! Como você pôde ser rebelde ao ponto de olhar pra sua vida e perceber que ela está ruim e querer sair disso?!?! Isso é uma heresia!!!! Você vai para o inferno!!!!
Se o que você chama de "inferno" quer dizer pensar por si próprio, se questionar o tempo todo, se autoconhecer e tentar melhorar de vida... Então seu conceito de inferno está muito errado e em desacordo com aquilo tudo que no passado você afirmava sobre mim...
Está vendo como o peixe morre pela boca?
E sigo eu a vida assim... buscando ser uma pessoa de acordo comigo mesma... De alma solitária e, ao mesmo tempo, oceânica...


"Há muito mais que eu gostaria de oferecer aqueles que me amam
Me desculpe
O tempo dirá este cruel adeus
Eu não mais vivo para envergonhar, nem a mim e nem a você.


E você… Gostaria eu de não sentir mais nada por você…”.

~*~
Música: 
"Dead boy's poem" - Nightwish.

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