"Há tantos anos me perdi de vista que hesito em procurar me encontrar. Estou com medo de começar. Existir me dá às vezes tal taquicardia. Eu tenho tanto medo de ser eu. Sou tão perigoso. Me deram um nome e me alienaram de mim." - Clarice Lispector.

domingo, 28 de outubro de 2012

Faltas



Sinto falta de quem eu não sou
Sinto falta de quem eu poderia ser,
De quem um dia poderia me tornar
Sinto falta de mim

Afinal, quem sou eu? Por um acaso existo?
De que matéria sou feito?
Da mesma matéria que o tédio é feito
Mesma matéria que o esquecimento, o descaso e a infâmia são feitas

Poderia ser diferente? Sim, é claro...
Mas não deixaria de ser quem sou
Jamais deixaria
Pode-se mudar o rumo de um rio, 
Mas sua nascente não mudará nunca

Sinto falta do tempo que eu não tive
Sinto falta das coisas que eu não fiz
Sinto falta de tudo que não vi
Sinto falta da pessoa que eu não sou, mas poderia ser
Sinto falta da minha existência
Sinto falta, enfim... de muita coisa.

Mas com certeza, a pior falta que sinto
Que me arrasta para o fundo,
Que se alastra pelo meu ser
É a mais intensa e profunda
Falta de mim.

~*~
Música:
"Notion" - Kings of Leon.
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domingo, 21 de outubro de 2012

Tentativas

"Try to find the light inside yourself. Be good to the others, be patient, sympathetic, calm, and more than anything else, be natural!"

Foi tentando ser calma que ela enlouqueceu. Não sei, às vezes precisamos surtar um pouco para perceber o quanto somos reles pessoas. Reles seres de vida curta e mortal. E também para pararmos de pensar que somos o centro das atenções, ou as pessoas mais importantes da Terra. Há milhões que dariam tudo para estar em nosso lugar, não é assim? É, talvez...
Tentando ser boa com os outros que ela passou a pensar em si mesma, a refletir o porque de ajudar tais pessoas ou não. Será mesmo que certas pessoas querem ajuda? Será que elas estão prontas para pedir? Ou recebê-la? Será que ela queria ser boa para os outros? Não é possível se saber ao certo. Nunca será.
Foi tentando ser paciente e simpática que ela perdeu o controle de si, de suas ações, compulsões, percepções e distorções. Enfim, o real controle de si.
Foi tentando ser natural que ela conseguiu até demais e, com isso, machucou as pessoas ao seu redor. Foi sendo natural que naturalmente surgiu a vontade de morrer. Ou de se matar. Enfim, de não existir.
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domingo, 14 de outubro de 2012

"Drown into eyes while they're still blind"


Falarei sobre algo que creio firmemente e que uma música que recentemente descobri me despertou novamente para isso. E isso tudo também me levou a pensar em minha vida. Mas enfim, vamos por partes. 
O que acredito, e que foi, digamos, reacendido por essa música é o fato de que a vida que vivemos aqui é única, insubstituível, e mesmo que por vezes insatisfatória, é a vida que temos pra viver. Com suas dificuldades, facilidades, felicidades, mas principalmente suas tristezas, e é com elas que mais aprendemos. E, além de ter-me re-despertado para este fato, isso tudo me fez lembrar que devemos aproveitar a vida ao seu máximo, viver cada dia como se fosse o único e o último. Como já disse, não quero dizer com isso que devemos fugir de responsabilidades, mas sim aprender a viver mesmo tendo-as. A música em questão é a "While your lips are still red", do Nightwish. Ela fala no refrão que devemos aproveitar o que temos agora, porque isso não voltará, é único. O trecho é o seguinte:


"Beije enquanto seus lábios ainda estão vermelhos

Enquanto eles ainda estão silenciados
Descanse enquanto o peito ainda está intocado, encoberto
Segure a outra mão enquanto a mão ainda não está ocupada
Mergulhe nos olhos enquanto eles ainda estão cegos
Ame enquanto a noite ainda esconde o desanimador amanhecer."

Bem, o trecho explica-se por si só.

O que repensei de minha vida, e por isso me vieram lágrimas aos olhos também, foi que eu tento viver o máximo possível, mas existem coisas que atrapalham que isso seja um desenvolvimento completo, como desentendimento com certas pessoas que são muito caras a mim, mas que parecem cada vez mais se afastar. Também o fato de certas coisas tomarem bastante do meu tempo, sendo que eu poderia estar fazendo outras que poderiam me fazer mais feliz, tornando minha existência mais proveitosa (ou não).
Enfim, toda e qualquer conclusão a que chego é que eu não consigo cumprir aquilo que proponho, inclusive viver realmente. Isso é um tanto triste. Mas tenho que conviver com isso. Ou tentar mudar, não é mesmo?

~*~

Música:
"While your lips are still red", Nightwish.





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