"Há tantos anos me perdi de vista que hesito em procurar me encontrar. Estou com medo de começar. Existir me dá às vezes tal taquicardia. Eu tenho tanto medo de ser eu. Sou tão perigoso. Me deram um nome e me alienaram de mim." - Clarice Lispector.

sábado, 22 de novembro de 2014

Divagações sobre amor e universo particular



Ultimamente tenho pensado muito no amor e na capacidade ou não de amar que podemos ter. E pensei tudo isso sobre mim.


Será mesmo que eu seria capaz de amar incondicionalmente? Será que isso seria possível? Será que alguém poderia sentir o mesmo por mim?
Creio que essas perguntas não possuem respostas corretas, e nem teriam por quê ter. Com o passar do tempo, tenho percebido que sou aquele tipo de pessoa que se envolve o suficiente para não desaparecer na outra pessoa. Porque já fui assim. Já desapareci. Nas pessoas que amo de uma maneira geral. É difícil porque assim que percebo isso, preciso reencontrar minha essência, e reencontrando parte dela, perco-me novamente. Confuso? Pois é, acho que, como diz o clichê, não sou muito das que faz muito sentido quando o assunto é sentimento. Sei só que sinto. E muito, intensamente. Pelo período de tempo que for preciso, ou não, sentir.
Porém, o que quero levar em conta aqui é o modo como eu me relaciono com aquela pessoa que eu gosto de uma forma carnal. Acho que serei pra sempre aquela pessoa que admira, adora, ama... silenciosamente. Por mais que meus olhos e meu corpo todo demonstrem que amo completa e plenamente, sempre esconderei algo nos cantos do meu coração para que eu possa amar sozinha também. Pode ser que você chame isso de idealização da pessoa amada, e pode ser que seja, mas eu sinceramente acho que não é assim.
Faço mil poemas. Dedico mil músicas. Faço mil piadas. Juro mil amores eternos. E sinto que realmente seja assim, porque é. É como eu sinto e demonstro que sou humana, que amo.
Acho que por isso o amor que sinto não cabe em mim, não cabe em dois, talvez caiba em três... Mas não sei! Há muito que se viver e experimentar para saber se isso é verdadeiro mesmo!
Sei que não gosto de pensar que o ser do meu carinho me considere uma segunda opção, um step por assim dizer. Eu sou completa, transbordo quando em vez, e gostaria que a pessoa do meu carinho compartilhasse comigo essa plenitude, porque quando dois universos se colidem e compartilham a mesma expansão cósmica, é algo lindo!
Por isso eu tenho de avisar: eu não me incomodo em sentir sozinha, em saber que sentimentos verdadeiros nunca se vão, não me incomodo com o fato de eu ser inconstante e bastante contraditória por vezes. Não me incomodo pelo fato de isso ser o bonito do ser humano, toda essa multiplicidade que todos nós temos. Mas sei bem que isso me afeta, que a indiferença mata um pouco quando é muito intensa. Sei também que o ciúme é algo existente em mim e pode soar contraditório, mas isso me instiga a querer ser livre e querer o outro livre!
Que nos amemos como seres magníficos que somos e que possamos amar quantos nossos corações quiserem, e que isso transborde o universo de tal forma que todos se contaminem de amor e sejam verdadeiramente mudados para um mundo melhor! São desejos pretensiosos e quiçá impossíveis, mas será mesmo que é assim? Veremos!

"Meu amor não tema
Sobre o que as minhas mãos e meu corpo fizeram
Se o senhor não me perdoar
Eu ainda teria meu amor e meu amor me teria
Quando estava beijando o meu amor
E ela colocou seu amor embaixo, suave e docemente
No terreno do campo eu estava livre
Céu e inferno eram palavras para mim" - "Work song", Hozier.

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