Sobre estas duras, cavernosas fragas
Que o marinho furor vai carcomendo,
Me estão negras paixões n'alma fervendo
Como fervem no pego as crespas vagas,
Razão feroz, o coração me indagas,
De meus erros a sombra esclarecendo,
E vás nele (ai de mim!) palpando e vendo
De agudas ânsias, venenosas chagas
Cego a meus males, surdo a teu reclamo,
mil objetos de horror co'a ideia eu corro,
Solto gemidos, lágrimas derramo.
Razão, de que me serve teu socorro?
Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo;
Dizes-me que sossegue, eu peno, eu morro.
Manoel Maria Barbosa du Bocage.
Música:
"Desejado" - Manacá
2 comentários:
Obrigada pela visita e pelo coments obrigada Mariana
Poxa, adorei o carinho do teu comentario, concordo em número, genero e grau!!!rs
Obrigada!!
Bajum'
Postar um comentário