"Há tantos anos me perdi de vista que hesito em procurar me encontrar. Estou com medo de começar. Existir me dá às vezes tal taquicardia. Eu tenho tanto medo de ser eu. Sou tão perigoso. Me deram um nome e me alienaram de mim." - Clarice Lispector.

domingo, 10 de julho de 2011

Isso foi meio "Bonnie e Clyde", ou foi só impressão minha?


Sabe, ela percebeu tarde demais que se aproximar nem sempre é a melhor escolha. Às vezes os caras só querem que você se aproxime deles por carência, uma vontade enorme de ter novos amigos. E as pretensões iniciais se transformaram, tornaram-se outras... Tudo por quê? Porque ela se afastou, ela não deu a chance que deveria ter dado desde o início.
Sim, ela descobriu tarde demais, por conta do medo que antes a dominava, que eles tinham tudo pra dar certo: foi atração mútua. Não estou falando aqui de sentimentos, mas sim de química, ou sei lá o que vocês chamam o "tesão", pra não falar essa palavra tãão cheia de tabus. Pronto, falei!
Talvez ela devesse ter chegado lá com menos medo, com menos receio do que iria encontrar. Mas como? Era somente uma estranha no ninho! E dançava loucamente, esperando nada mais que se divertir.
Aquela que nunca teve um homem na sua vida. Aquela que sempre sonhou em ter um romance digno de filmes de amor como "O Morro dos Ventos Uivantes"... Mas no fundo ela sempre achou essa merda de livro um romance de personagens muito egoístas, muito... românticos no sentido do século XIX.
Então eles sempre quiseram pertencer um ao outro? Sempre foi isso? Como ela se perdera assim, desse modo, desse tal cara estranho que chamou a atenção dela, só que ela não teve coragem pra se aproximar? Ou se deixar aproximar... Bem, essa é uma longa história, não muito interessante... Ela ouvira algo, e a partir desse dia, aliás, dessa
noite, não mais investiu para com esse cara estranho e extremamente chamativo. O que ela ouvira? Que ele já havia beijado uma menina que seria amiga dela em breve, posto que ela ainda não a havia conhecido. Mas, então, você pode estar se perguntando por que ela não simplesmente ignorou isso tudo e seguiu em frente com seus planos. Não, ela era assustada, ela não tinha informações... Lembrem-se: ela é aquela que nunca teve um homem, e só teve um - que, aliás, não foi nenhum pouco interessante nem válido. Afinal, o cara só deixou-a toda babada. Foi traumatizante, ela sempre disse isso.
Então ela foi em outra festa, perto do local onde ela e esse cara estranho se conheceram. Conheceu outro cara. Também interessante. Pelo menos, o que parecia. Ela resolveu conversar com ele. Eles conversaram por horas a fio, até que resolveram ir embora. Eles não se beijaram nem nada. Ambos, ela e esse segundo cara, eram muito lerdos pra um dar em cima do outro abertamente.
A partir desse fato, ela passou a desenvolver sentimentos por esse cara, pensou realmente que ele também estivesse a fim dela, mas só não tivessem tido coragem pra admitir um pro outro. Até que um dia ela resolveu falar de seus sentimentos para ele. Decepção: ele nada quis admitir e pediu um prazo - prazo esse nunca cumprido.
Ela passou mais um tempo esperando que disso saísse algo bom, que disso saísse algo que ela chamasse de amor pra vida toda. Bem, até hoje ela acha um pouco isso, mas com menos, muito menos, perseverança do que antes. Na realidade, ela sente que não há mais nada dele em seu coração. E acredita que seja melhor assim.
Mas como isso foi acontecer? Como ela conseguiu superá-lo? Bem... o primeiro cara voltou a conversar com ela. Na realidade, eles realmente se conheceram. E foi tudo muito intenso. Por volta de três semanas, três semanas bastaram, de uma convivência totalmente intensa - não ao vivo, mas virtualmente, infelizmente. E ela realmente acreditou que eles poderiam se reencontrar, reacender aquilo que foi apagado por uma incerteza, mas mesmo assim ela só teve real certeza disso depois de falar com a menina que, agora sua amiga, um dia perguntou de seu coração. Ela disse o que pensava. E a amiga também. E ela teve seu coração reconfortado: nenhum problema havia, e ela tinha todo apoio.
Então ela realmente tentou achar uma forma de mostrar que estava interessada, que estava dando em cima mesmo. Coisa, aliás, que ela não é nada boa - paquera e flerte. É difícil pra ela tudo isso. Mas ela acredita que até que conseguiu, por conta das suas vivências tão intensas nesses seis meses longe de casa. Ela realmente havia mudado, havia ficado mais corajosa. E corajosa a ponto de admitir seus sentimentos sem medo de levar uma facada bem no meio de seu peito.
Mas mais uma decepção... ela havia demorado demais, e o lugar que talvez tivesse sido reservado pra ela foi preenchido por outra pessoa, alguém que ela nem conhece e nem pretende conhecer para não sofrer mais. E soube disso enquanto pensava verdadeiramente que ele estava também a fim dela. Não foi fácil, mas ela conseguiu se recuperar um pouco desse choque.
Enfim... Agora ela ainda está perseverante, apesar de tudo dizer pra ela que não, que não é bem isso, que esse cara estranho está em outra, talvez nunca volte a ficar na dela... Mas ela ainda espera...
Isso nada mais é do que reflexo da natureza teimosa dela. Sim, ela era muito teimosa, e, digamos assim, perseverante. O que é uma besteira, e ela sabe disso. É inútil, e ela sabe disso.
O que é inútil? Isso que ela está escrevendo! Porque mesmo que o cara extremamente chamativo e interessante que ela conheceu, e acha que desenvolveu sentimentos por ele, leia isso tudo, nada vai mudar o status em que ela está. Sim, vocês devem imaginar qual seja. É o status em que ela sempre se encontrou. Sempre. E está cheia, está farta de
amigos dizendo como ela é uma pessoa incrível, charmosa, inteligente, interessante, agradável e boa companhia, sendo que ninguém - absolutamente ninguém - tem a coragem de chegar nela e dizer: "Poxa, você vale a pena! Quer sair comigo? Eu quero você na minha vida agora!"
Por quê? Por que é tão difícil pra esses caras admitirem o que sentem? Persistirem em algo? Bom, pelo menos persistir como ela persiste. Mas ela sabe que isso tudo é besteira, que no fim das contas, os defeitos dela vão se sobressair às qualidades e, mesmo que alguém chegue a esse ponto, esse alguém vai embora e vai se decepcionar.
Bom, não sei... É tudo isso o que eu tenho pra falar dela. Tudo o que ela queria por pra fora há certo tempo já. Tudo o que o coração dela pedia pra extravasar.
Você leu? Se identificou? Será?
Se sim, o que você está esperando? O que mais? Que eu diga com todas as letras EU ESTOU A FIM DE VOCÊ? Que eu quis ficar com você também? O que mais? Sim, eu peço desculpas por não ter percebido nada... Mas, o que eu podia fazer...?
Eu sei bem, posso perder sua amizade por isso... mas, convenhamos... Isso nunca começou como um desejo de amizade... De ambos os lados.
Você ainda está mal? É...? Eu não me importo se isso levar tempo. Você vai se curar. Pelo menos, se depender de mim você vai se curar rapidinho. ^^
Alguém me disse que a melhor coisa pra curar um amor que se acabou é um novo amor. Sei que isso (isso de falar em
amor) é exagero, mas isso funciona. Olha o que aconteceu comigo!
I've already told you - you haven't seen
anything yet!
Get ready for me, love, 'cause I'm a "comer". Not as fast as you think, but I am. I think I turned myself into this.
;*
PS: você me faz bem. Eu nunca admiti isso, mas estou admitindo agora. Aliás, porque eu nunca tinha parado pra prestar atenção, pra te conhecer de verdade. Eu posso estar fazendo a maior burrada da minha vida nesse momento, mas eu precisava dizer tudo isso.

~*~
"Mesa de Saloon" - Matanza.


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